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A UMBANDA

Nesta página você vai conhecer sobre a origem da Umbanda, data de criação, história da religião, giras dentro do ritual da Umbanda

O que é Umbanda?

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Se você não é um conhecedor da Umbanda, esse texto vai te ajudar a entender um pouco sobre essa nossa religião genuinamente brasileira.

 

As tradições de vestir o branco no Ano-Novo, pular sete ondas e depositar flores no mar, têm tudo a ver com essa nossa religião. Se você já fez isso alguma vez, você já praticou um pouquinho de Umbanda.

 

É a religião dos Pretos Velhos, Caboclos, Erês, entre outras falanges de espíritos de luz que através de seus médiuns vestidos de branco e pés descalços, realizam atendimentos espirituais regados de boas conversas, conselhos, benzimentos e os tão conhecidos passes mediúnicos. Essas falanges trabalham no dia de suas Giras e geralmente esses espíritos representam um Orixá.

 

Os Orixás foram sincretizados com os santos da Igreja Católica, Ogum é São Jorge, Xangô é São Jeronimo, Iansã é Santa Barbara, e assim por diante.

 

Deus para os umbandistas é um só, e o nome dele pode ser Nzambi, Olorum, Tupã, Deus, God, dependendo da língua que você fala.

 

Além de monoteísta a Umbanda é Cristã pois recebeu influência do Catolicismo Romano e do Kardecismo Francês, além do Candomblé Africano e das crenças Indígenas Tupiniquins.

 

Seus adeptos acreditam na vida espiritual após a morte, na reencarnação e na lei do carma. Praticam a caridade dentro e fora dos Templos realizando seus trabalhos religiosos.

 

A Umbanda toma a natureza como sagrada, protegendo-a desde muito antes do assunto "ecologia" ser tão atual.
Em tempo, "Macumba" é apenas um instrumento musical africano.

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Em 15 de Novembro de 1908 foi oficializada a Umbanda em 1908

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Que em 15 de novembro se comemora a Proclamação da República todo mundo sabe, mas o que poucos sabem é que existe outro acontecimento histórico bastante "nacional", que vem sendo comemorado neste dia há mais de 100 anos. Estamos falando da primeira religião fundada no Brasil por um brasileiro.

 

Trata-se da Umbanda, que cultua a natureza e seus elementos como sagrados através de sua filosofia espiritualista, filosofia que acredita na vida após a morte e na comunicação entre vivos e desencarnados

 

Esta filosofia não para de crescer, e utiliza os processos mediúnicos para estabelecer esta comunicação, trazendo assim, mensagens daqueles que já partiram e orientações dos espíritos mais experientes no outro lado da vida.

 

É próprio da Umbanda a manifestação dos chamados "Guias de Luz", que segundo a crença, são espíritos que já foram encarnados como nós e que hoje não precisam mais reencarnar devido ao seu alto estágio de evolução, passando a cumprir seu papel caritativo nestas sessões de incorporação para orientar aos que ainda não chegaram lá, nós os encarnados.

 

Os mais conhecidos são os Pretos-Velhos, espíritos de nossos antigos escravos brasileiros, os Caboclos, espíritos dos índios que teriam vivido em nossas matas, e os Erês, espíritos de crianças (relacionados a São Cosme e São Damião), mas ainda existem as manifestações de Boiadeiros, Ciganos, Marinheiros, Exus, Baianos, entre outras linhas.

 

Como sempre falamos, acreditamos que a Umbanda é a religião das pessoas livres, que seguem um ideal, mas não uma ditadura filosófica, já que a Umbanda possui grande diversidade em seus modos de culto e rito, e não se atém a uma única e hierarquia organizacional, como é o caso da maioria das demais. Assim, a Umbanda é exemplo de tolerância inter-religiosa, exemplo de que podemos coexistir sem as chamadas "guerras santas". O Brasil é um dos países que determina a liberdade de crença religiosa em sua constituição e proíbe por lei qualquer forma de discriminação a esse respeito, o que contribuiu para a consolidação deste tipo de filosofia libertária.

 

O fundador da nossa religião, foi o brasileiro e carioca Zélio Fernandino de Moraes, exatamente nesta data, seu ato oficializou esta cultura que antes era praticada às escondidas, tamanha a falta de conhecimento e preconceito, mas que hoje está muito organizada e expressiva, possuindo até mesmo uma Faculdade de Teologia Umbandista em São Paulo, reconhecida pelo MEC, entre outras grandes Escolas espalhadas pelo País.

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Lei 12.644 decreta que oficializou o Dia Nacional da Umbanda para todo país.

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A Origem da Umbanda

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Vamos iniciar explicando porque dizemos que a Umbanda é brasileira se possui tantos elementos vindos de outros lugares como, por exemplo, a África.

 

O brasileiro traz traços e influências de nossos antepassados e esses eram africanos, europeus e indígenas. A brasileira Umbanda é exatamente isso.

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A maior Influência para o surgimento da Umbanda foi africana, mas recebeu influências europeias, quer seja do kardecismo e da romana igreja católica, entre outras que aportaram aqui no país depois do descobrimento.

 

O mais importante é lembrar que chegaram "apenas" depois de 1500, e que antes disso já viviam por aqui os índios, que já possuíam suas próprias crenças, a maioria das tribos e etnias já acreditavam na existência da vida após a morte e na comunicação com os espíritos. Esses índios tiveram contato com os primeiros africanos escravizados, o povo bantu.

 

O povo bantu começou a chegar do sul da África, mais precisamente da região de Angola a partir de 1560, (diferente dos nagôs, povo Iorubá, que aportou por aqui a partir de 1800 vindos do norte, região da Nigéria).

 

Esses escravos bantus acreditavam na incorporação e comunicação de eguns (espíritos de antepassados desencarnados), assim como nossos índios tupiniquins.

 

Se na Umbanda, chamamos nossos Orixás de "Orixás" e não de Voduns ou Inquices, se nosso Orixá do Trovão é Xangô e não Quevioso ou Nzazi, estamos falando na língua Iorubá, que é a língua na nação Ketu/Nagô, e este é sem dúvida o culto de nação do qual mais herdamos elementos na nossa liturgia, a exemplo da própria narrativa.
 

Isso porque, como já dissemos, o povo nagô, que fala iorubá, chegou aqui no Brasil em uma época bem diferente do povo bantu. Foi por volta de 1800, já no século onde se chegaria à Lei Áurea. Com isso, foi um povo que teve menos dificuldade para se organizar e preservar melhor sua língua e cultura que acabou se tornando a língua do axé afro-brasileiro de um modo geral.

 

Mas os Iorubás não acreditam na comunicação com os eguns, os Bantu e os índios brasileiros sim, os Iorubás acreditam que somente o Orixá incorpora e somente o contato com estes é benéfico, enquanto os Bantu e os Índios brasileiros acreditam que espíritos de nossos antepassados também podem se comunicar pelos meios do transe.

 

Neste caso, podemos afirmar que somos mais parecidos com o povo Bantu, ou melhor dizendo, que a origem da Umbanda se deu do encontro do escravo Bantu com o índio nativo, este último já catequizado pelos portugueses, portanto meio "acaboclado" como se dizia na época, e desse encontro cultos populares que misturavam santos católicos, crenças indígenas e práticas africanas foram aparecendo.

 

O catimbó nordestino, a jurema dos mestres, os batuques cariocas e sulistas, são exemplos do resultado desse encontro.

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A própria palavra Umbanda ou "embanda" são oriundos da língua quimbunda de Angola, significando "magia", "arte de curar" Também era conhecida a palavra "mbanda" significando "a arte de curar" ou "o culto pelo qual o sacerdote curava", sendo que "mbanda" quer dizer "o Além, onde moram os espíritos".​

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As Giras de Umbanda

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Explicar sobre as Giras de Umbanda é falar da essência do nosso ritual, do que diferencia a Umbanda de todas as outras religiões e a torna uma cultura única e singular, apesar de todas as influências que ajudaram a compor seus dogmas.

 

Não estamos falando das linhas da umbanda, que são 7 (sete), e sim das Giras que aparecem em maior número no ritual umbandista e, claro, todas elas estão ligadas a uma destas 7 linhas da Umbanda, assim como cada Gira pode estar ligada a um determinado Orixá, ainda que não seja a manifestação do próprio Orixá, e sim de seus mensageiros.

 

As Giras de Umbanda são as divisões destes mensageiros em diversos grupos, vibrações, regências, que os diferenciam.


As Giras de Umbanda são as diferentes falanges de Espíritos de Luz, que trabalham juntos em uma vibração específica, facilmente identificada nos trejeitos e modo de trabalho destas entidades.

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São os Baianos, os Caboclos, os Pretos Velhos, os Boiadeiros, os Erês, os Marinheiros, os Exus, dentre tantas outras manifestações mágicas de grupos gigantescos que trabalham juntos, quer seja por pura afinidade, ou por se encaixarem naquela vibração para o melhor cumprimento de suas missões com os encarnados.

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Na prática, são os diferentes "trabalhos" de Umbanda. Chamamos de "trabalho" o ritual periódico de atendimento onde médiuns incorporados destes guias de luz auxiliam as pessoas que a eles recorrem.
 

Chegado o dia deste trabalho, é chegada a hora de uma destas Giras acontecerem, ou seja, em cada trabalho uma destas falanges, um destes grupos de entidades interligados por uma mesma vibração, cumprirá seu papel de caridade.

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No Templo de Umbanda São Jorge Guerreiro, realizamos as seguintes Giras de Umbanda:

 

Pretos e Pretas Velhas; Caboclos; Erês; Baianos; Boiadeiros; Ciganos; Marinheiros; Malandros; Exús;  Pombo Giras e Exús Mirins.

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